Lendas de Santa Catarina


Home

A cabeleira

A encantada da cachoeira

Jovelino o lobisomem

A Bela Moça

O defunto e o táxi

O lobisomem da Costa de Dentro

Sonho da Fortuna

Lendas da Ilha da Magia

Inveja de bruxa

Bruxas de Florianópolis

Toca do Cabo

A Misteriosa Luz da Capela

Piratas, Naufrágios e Tesouros

Pedra Descansa Defunto 

Gruta do Monge

A tesoura venceu a bruxa

A Cruz da Praia de Fora

Tesouros ancestrais em Santa Catarina

Casa assombrada de Florianópolis

Os cabelos de Dalva

A lenda dos túneis nazistas em Blumenau

Duas Irmãs

A Serpente do Tanque

Itaguacu



A tesoura venceu a bruxa

Com apenas 20 dias de vida, o bebê Alan estava atrofiando, no Norte da Ilha. Emagrecia e diminuía de tamanho em vez de crescer. Quem conta isso é a mãe dele, Cíntia Sacramento Ferreira, nascida em São Paulo, mas moradora da Praia do Santinho. 
"Das seis da tarde em diante o Alan não dormia mais. Ele ficava só chorando", relembra Cíntia. Isso era um tormento, mas não era o pior. Misteriosamente, o bebê amanhecia sempre com várias manchas roxas pelo corpo... e atrofiando, emagrecendo... por quatro meses. Cíntia chegou a fazer as malas, pensando em voltar para a cidade natal São José dos Campos (SP).



Foi quando uma vizinha benzedeira descobriu o que estava se passando na casa dos Ferreira. "Dona Nair é viva e ainda mora aqui perto até hoje. Ela acaba com mau-olhado, bruxaria..." Assim, com fé na benzedeira, Cíntia diz que foi acreditando que o bebê tinha sido embruxado. Uma bruxa tinha se apossado dele e fazia uma coisa horrorosa: bebia do seu sangue nas madrugadas. Daí, a causa das manchas roxas e do guri tão minguado.
Cíntia pediu pra que o pequeno Alan fosse benzido. Assim foi feito. Dona Nair foi até a casa dos Ferreira, benzeu o pequeno e pediu que fosse feita uma simpatia para quebrar o encanto e desmascarar a bruxa. "Ela pediu pra gente colocar embaixo do travesseirinho do Alan uma tesoura em cruz (aberta)", lembra a Cíntia. Era fazer isso e esperar, porque no dia seguinte a bruxa ia se apresentar a todos. A primeira pessoa de fora que chegasse na casa pedindo alguma coisa seria a bruxa, atraída pela tesoura em cruz.
Não deu outra, no amanhecer seguinte, depois de uma noite onde Alan dormiu feito um anjinho e acordou sem manchas, uma mulher bateu na porta dos Ferreira. Parou na entrada da casa, pediu um pouco de café emprestado e espichou os olhos pra dentro, como se quisesse ver o quarto do bebê. Os Ferreira seguiram o que a benzedeira mandou, deram o café pra bruxa e ela foi embora. Nada de mau aconteceu e ela foi embora mesmo,e nunca mais atormentou o bebê Alan.
Foi quebrado o encanto e a bruxa revelada. Hoje Alan está saudável, com 30 e poucos anos.
"Não posso falar o nome da mulher, ela mora aqui perto também. Muita gente tem medo dela", diz a mãe, eternamente agradecida à benzedeira.

Baseada na história contada por Cíntia Sacramento Ferreira, moradora da Praia do Santinho, Florianópolis.